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Teatrão

© 2024 Teatrão – Companhia de Teatro, Coimbra

01.10.24

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A Meu Ver

A MEU VER é uma iniciativa conjunta do Teatrão e da ACAPO Coimbra que, partindo da criação de um núcleo de trabalho dedicado à prática teatral constituído na sua maioria por pessoas com deficiência visual, procura uma interferência clara nas diferentes dimensões da vida dos seus participantes, tirando partido da complexa e multifacetada relação que a prática cultural pode ter com as transformações no ser humano.

A MEU VER é um projeto financiado pelo Programa PARTIS & Art for Change, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação “la Caixa”, e pela Direção-Geral das Artes/República Portuguesa, contando, ainda, com parceiros ligados à academia – o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra – e ao poder local – o Município de Coimbra.
Cruzando um conhecimento artístico, académico e social para o trabalho direcionado a pessoas com deficiência visual, através de oficinas e outras práticas que permitam a construção de uma nova visão crítica sobre a sua realidade, A MEU VER pretende contribuir para que os seus participantes se emancipem e adquiram visibilidade dentro da comunidade, reivindicando assim uma cidadania plena.

Teatro

Teatro Criámos uma oficina regular de teatro a que chamámos Sala de Ensaios e que tem desenvolvido, com uma equipa artística profissional e multidisciplinar, a produção de espetáculos, com estreia e temporada na Oficina Municipal do Teatro (OMT). É nosso objetivo que estas mesmas criações possam circular por outros equipamentos nacionais ou internacionais, através dos parceiros da Organização Nacional de Cegos de Espanha (ONCE). Em 2022, estreámos “O que é invisível” – espetáculo-percurso pela Oficina Municipal do Teatro e cuja dramaturgia foi construída a partir dos universos individuais de cada participante. Este ano, procurámos aprofundar os desafios artísticos, no que diz respeito à proposta de encenação, à interpretação e à dramaturgia utilizada. Assim, servimo-nos do texto “O Senhor Biedermann e os Incendiários”, de Max Frisch, para criar o espetáculo que vamos apresentar entre 8 a 10 de junho na OMT.

Comunidade

A prática teatral com pessoas com deficiência visual é praticamente inexistente em Portugal. A produção de conhecimento a partir desta experiência, o estudo e acompanhamento de outras práticas internacionais e o contacto com cientistas sociais já com reflexão nesta área é fundamental. Daí que tenha nascido uma parceria internacional com coletivos teatrais associados à ONCE, nomeadamente os núcleos da Corunha, Sevilha e Madrid, que desde a década de oitenta do século passado têm desenvolvido uma prática continuada de produção e digressão de espetáculos com resultados muito expressivos para intérpretes e comunidades. Também por isso, convidámos os investigadores Fernando Fontes e Cláudia Pato de Carvalho do CES-UC para acompanhar, monitorizar e medir os impactos deste projeto na vida dos seus participantes. Acessibilidade Cultural A MEU VER é também uma intervenção sobre a cidade de Coimbra, nomeadamente no que à acessibilidade cultural diz respeito. A OMT é o único espaço da cidade que faz parte da Rede de Teatros com Programação Acessível, integrando, na sua programação regular, tradução em Língua Gestual Portuguesa e, a partir de 2022, serviço de Audiodescrição. Esta oferta integra espetáculos da companhia ou acolhimentos externos nas áreas do teatro e da dança. Nesse mesmo ano, programámos a formação “Além do Físico: barreiras à participação cultural”, da Acesso Cultura, dirigida a agentes, programadores, diretores, gestores, mediadores e produtores culturais da cidade e região. Por outro lado, em parceria com o Município de Coimbra, programámos o seminário “Coimbra Cultura Acessível”, onde procurámos iniciar uma discussão sobre as políticas de acessibilidade a espaços culturais na cidade para desenhar a transição a operar para uma cidade culturalmente mais acessível. O impacto destas atividades e a visibilidade destas práticas para a restante comunidade é uma outra dimensão fundamental de A MEU VER. Neste sentido tornou-se ainda mais importante a produção de materiais, como artigos científicos, que inscrevem este projeto no tempo e contribuem para a sustentabilidade futura do mesmo.

Participantes

Inicialmente, o grupo foi composto por indivíduos com graus diversos de deficiência visual. Mais de metade vive em isolamento social, dependente, e sem participação cívica. Uma parte dos utentes teve acesso à formação profissional e trabalha, embora o seu rendimento não permita a independência financeira. No que toca à atividade cultural, raramente consomem bens culturais, tendendo a circunscrever esta atividade ao seu domicílio, à televisão ou rádio. A sua participação no projeto tem concretizado a sua integração do núcleo teatral, no processo de ensaios e de produção das criações e em ensaios abertos. Entretanto, a partir de uma open call de setembro de 2022, o grupo de teatro passou a integrar também participantes normovisuais, perfazendo um grupo de 18 pessoas.

Timeline do Projeto

A Meu Ver – segundo espetáculo do Projeto O Senhor Biedermann e os Incendiários

Sinopse

Numa simpática cidade, o jornal local reporta diariamente notícias de edifícios incendiados. Biedermann, empresário de loções capilares, vê a sua calvície acelerar pelos nervos destes ataques. Mesmo estando bem informado e consciente da atualidade criminal, acolhe dois desconhecidos na sua mansão, chegando até a permitir que eles guardem barris e detonadores no seu sótão. Até que ponto a soberba e o excesso de confiança de Biedermann farão com que a sua mansão se torne manchete de jornal?   O Senhor Biedermann e os Incendiários é uma peça escrita por Max Frisch e publicada originalmente em 1958. Vista como metáfora da chegada ao poder do nazismo e do fascismo pela Europa fora, a peça parte da perplexidade que estes fenómenos provocaram e explora a lógica subtil e perversa como estes discursos funcionam. Com uma dose considerável de ironia, esta alegoria põe-nos frente a frente com uma análise do medo generalizado como o primeiro sintoma de uma democracia ameaçada. O Senhor Biedermann e os Incendiários continua a ser apresentada um pouco por todo o mundo, como referência a todas as ameaças totalitárias. Uma das últimas adaptações nos EUA foi feita em 2017 pela Wolly Mammoth Theatre Company logo a seguir à eleição de Donald Trump, por exemplo. Em 1962, o Teatro Experimental do Porto estreia a peça em território nacional, com o título censurado “O Respeitável Senhor e os Seus Hóspedes”, numa encenação de João Guedes. No ano seguinte, já com o título atual e encenação de Pedro Lemos, “Biedermann e os Incendiários” foi levada a cena no Teatro Nacional D. Maria II, com todo o epílogo censurado. Na interpretação estiveram Pedro Lemos, José de Castro, Carlos Wallenstein e Cecília Guimarães. Em 1977, o Teatro de Animação de Setúbal apresenta a peça, sob o título “O Senhor Benquisto e os Incendiários”, numa encenação de Carlos Wallenstein. Já em 2013, a Companhia de Teatro do Barreiro encena o espetáculo, com o título “Biedermann e os Incendiários”.

Coordenação

Estamos no segundo ano do projeto A MEU VER e, por isso, muitas coisas evoluíram desde o início dos trabalhos. Do ponto de vista artístico trabalha-se atualmente um texto teatral de um importante autor, Max Frisch, que cai como luva na atualidade política e social. Faz-se hoje teatro com mais conhecimento sobre dramaturgia e interpretação neste projeto, para falar sobre o estado do mundo, não para falar do problema, da deficiência, da diferença de cada um. Trabalha-se para que este grupo de participantes seja igual a qualquer outro grupo, trabalha-se a normalidade, a maior possível, focando o trabalho no potencial que o texto e a sua discussão encerra.
Há participantes de muitas idades, de muitas origens e com diferentes ambições. Há muitas maneiras de ver o mundo. Há quem veja assim ou assado. Há um grupo com que se trabalha e que aprende a remar, para o mesmo lado.
Isabel Craveiro

Conceção do espetáculo

Depois d’O que é invisível Um ano e poucos meses depois de desvendar “O que é invisível”, o primeiro espetáculo criado pelo projeto “A Meu Ver”, agora propomo-nos a revelar o que está à vista de todos. Se no ano passado nos voltamos para as pequenas coisas, aquelas que são tão pequenas que apenas cabem nos sonhos, agora procuramos ver aquilo que, de tão grande que é, apenas é visível quando unimos os nossos olhares numa direção. Este caminho foi trilhado ao atravessar as sintonias que todos os processos artísticos exigem. Assim, descobrimos a necessidade de juntar, às várias vozes que falavam de si, um coro que revelava um “Nós”. Se antes buscámos a singularidade de cada um dentro de um grupo que poderia ser rotulado por uma circunstância comum, a abertura desse mesmo grupo a todas as pessoas da comunidade ao redor fez-nos procurar espaços partilhados e perspetivas que só se revelam quando nos unimos. Este processo fez-nos perceber que a maioria dos problemas, quando devidamente vistos, dizem respeito a todos, e não somente àqueles que se encontram mais próximos. Desse entendimento, nasceu uma imagem: como um fogo que alastra descontroladamente, a falta de um sentido coletivo torna-nos insensíveis às chamas que ameaçam casas distantes, sem compreender que, se nada for feito, mais cedo ou mais tarde, a nossa própria casa será levada pelas chamas. Inspirados por essa imagem, recorrendo ao texto de Max Frisch, “Biedermann e os Incendiários”, propomos agora ver algo ainda mais desafiante do que o invisível. Propomo-nos a ver aquilo que, por excesso de confiança ou privilégio, recusamos ver nas suas verdadeiras dimensões. Com este espetáculo, sugerimos que todos possam ver como um problems nosso aquilo que consideramos ser de apenas alguns, assim: Talvez o fogo não seja tão avassalador para aqueles que o enfrentam de perto, se as chamas não parecerem tão pequenas para aqueles que o observam de longe. Mariana Nunes e Telmo Ferreira

Parceiros

A inclusão social e acessibilidade são temas importantes para a sociedade em geral. É por isso importante promover tanto um como o outro em todas as áreas da vida. Isso significa garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso a serviços e recursos que lhes permitam participar plenamente da sociedade. A criação de espetáculos adaptados com audiodescrição para pessoas com deficiência visual é apenas um exemplo. Esses espetáculos permitem que estas pessoas possam desfrutar da cultura e arte de forma mais inclusiva e participativa. O projeto A MEU VER, tem-nos levado por caminhos ainda hoje pouco percorridos, mas que nos deixa com esperança de que este caminho agora desbravado, possa ser precursor de novas e grandes caminhadas, que unem a deficiência visual e a cultura. Através da parceria entre a ACAPO e o Teatrão, foi dada vida ao que defendemos colocando em prática a inclusão social e a oportunidade de sensibilizar a sociedade para estas questões. Através deste projeto, foi possível criar espetáculos onde os próprios utentes cegos e com baixa visão da instituição são “atores”. O projeto junta ainda elementos normovisuais da sociedade civil, potenciando ainda mais os objetivos de inclusão e de uma sociedade participativa no seu todo. A MEU VER é uma enorme conquista! Ana Eduarda Ribeiro, ACAPO

Mediação cultural: a experiência artística e o potencial individual

As artes constituem uma importante ferramenta de desconstrução, questionamento e crítica social, bem como de reconstrução e apresentação de novas narrativas da realidade. No caso das pessoas com deficiência, o acesso e participação na prática artística e cultural, bem como a construção de uma linguagem própria que possa expressar as suas experiências, tem vindo a assumir um lugar de destaque e a apresentar-se como uma reivindicação e como um direito das pessoas com deficiência. O projeto de inclusão pela arte “A Meu Ver”, desenvolvido pelo Teatrão, apresenta-se, precisamente, como um espaço de formação e integração na prática teatral de pessoas cegas ou com baixa visão. Este projeto, presentemente no segundo ano de implementação, agrega uma vertente de formação e criação artística a uma vertente de intervenção no espaço cultural da cidade de Coimbra e tem permitido explorar as possibilidades da educação e da prática artística nos processos de mediação e transformação cultural. Efetivamente, fazendo respaldo de uma perspetiva de direitos humanos, este projeto procura também contribuir para a desconstrução de conceções e atitudes menorizadoras das pessoas com deficiência e das suas potencialidades individuais. O espetáculo que agora vem a público – “O Senhor Biedermann e os Incendiários”, a partir do texto de Max Frisch – representa o culminar de um processo de criação, formação e intervenção artística do “A Meu Ver”, e de trabalho árduo e dedicado de todas as pessoas participantes que abraçaram este projeto, abrindo novos caminhos para as possibilidades mediadoras e inclusivas da prática artística. Cláudia Pato de Carvalho, Fernando Fontes (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra)

Ficha técnica e artística

TEATRÃO 2023

AGRADECIMENTOS Bombeiros Sapadores de Coimbra, SMTUC

© Carlos Gomes, Mário Canelas, Paulo Abrantes e Teresa Valente

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A propósito da estreia de “O Senhor Biedermann e os Incendiários” e do projeto A Meu Ver, criámos uma programação que trabalha de forma coerente com a linha de atuação desta iniciativa. Ao longo de junho, a Oficina Municipal de Teatro irá acolher uma oficina do Teatro Nacional D. Maria II, um espetáculo e oficina da companhia sevilhana Homero Teatro e um laboratório em parceria com a Bengala Mágica, o MEF – Movimento de Expressão Fotográfica, a Vo’Arte e a Terra Amarela. Estas atividades inscrevem-se num discurso mais alargado sobre a acessibilidade cultural e a necessidade, por um lado, de normalizar estas práticas artísticas através de uma programação mais comum e que traga franjas segregadas do contexto cultural para o teatro e, por outro, de ter uma discussão sobre como qual a melhor forma de realizar este trabalho de inclusão e reconexão.   No âmbito do programa Nexos da Odisseia Nacional do Teatro Nacional D. Maria II, entre os dias 12 e 16 de junho acolhemos “Mãos a dentro”, uma Oficina de Formação Teatral ministrada por Marco Paiva e coordenada pela Terra Amarela. Esta oficia é dirigida a artistas com e sem deficiência e Surdos com interesse pelas artes performativas. As sessões serão acompanhadas por intérprete de Língua Gestual Portuguesa e será utilizado o sistema de legendagem simultânea Web Captioner. Mais informações podem ser consultadas no evento de Facebook, em https://fb.me/e/15Nj7OfR4. A inscrição é gratuita e está aberta até dia 5 de junho, através do formulário: https://bit.ly/MaosADentro.   No dia 18 de junho, às 21h30, vamos receber a companhia Homero Teatro, vinda de Sevilha, que traz um dos maiores nomes do teatro da segunda metade do século XX para o presente com uma interpretação por atores com deficiência visual. “La Clase Muerta” parte do texto original de Tadeusz Kantor (“Umarła klasa”) e apresenta-nos uma turma composta por idosos que se agarram às memórias da sua juventude, numa tentativa exasperante de reviver tudo o que já foram. Kantor impõe-se como o mestre de uma ladainha absurda que os patéticos alunos repetem ou esquecem numa espiral infinita. A peça trata da passagem do tempo, aborda a morte e a crueldade de uma infância particular, com fantasmas carnais que brilham com pinceladas de humor e emoção no meio da escuridão. Constrói-se assim o Teatro da Morte, tal como este foi criado e teorizado pelo autor polaco. “Umarła klasa” é um dos textos mais bem-sucedidos de Kantor, tendo já sido representado mais de 1500 vezes pelo mundo fora e sendo considerado, em 1976, como a melhor peça de sempre pela Newsweek.   Já no dia seguinte, entre as 10h e as 13h, Gonzalo Validiez irá coordenar «Actuar “con” lo Genuino», uma oficina para pessoas, com e sem deficiência, que tenham interesse em interpretação teatral. Durante estas três horas, o diretor da companhia Homero propõe uma exploração do tempo presente. Ao entrar na experimentação da performance, os participantes vão poder estabelecer relações com o seu ambiente e com o seu corpo numa dimensão diferente da quotidiana. Através de práticas concretas, vai procurar-se o contacto com o próprio corpo, com o espaço, com o outro, com o que não está lá, com a palavra, com o silêncio e com todos os elementos do fazer teatral. Gonzalo Validiez pede que “mergulhemos totalmente nestas práticas para deixarmos livre tudo o que é genuíno em nós”, sempre a partir do terreno fértil do jogo e da fruição. A inscrição tem um valor de 10€ e está aberta até 14 de junho, através do link https://bit.ly/ActuarConLoGenuino   Nos dias 23 e 26 de junho, entre as 9h45 e as 16h30, este programa fica completo com uma atividade do projeto A Meu Ver. O Laboratório Acessibilidade às Práticas Artísticas da Comunidade com Deficiência Visual é uma parceria entre o Teatrão e a Bengala Mágica, o MEF – Movimento de Expressão Fotográfica, a Vo’Arte e a Terra Amarela criada no âmbito das Iniciativas Conjuntas de Aprendizagem e Circulação do PARTIS & Art for Change (programa da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação “la Caixa” que financia todos estes projetos parceiros, que também se dedicam à promoção da acessibilidade às artes da comunidade com deficiência visual). Este laboratório procura potenciar a discussão e adoção de boas práticas e metodologias nos projetos artísticos que envolvem indivíduos com deficiência visual. Nestas sessões que iremos acolher, serão realizadas apresentações e masterclasses pelas equipas dos projetos PARTIS e PARTIS & Art for Change e por artistas cegos reputados pela sua atividade na música e dança. No dia 23 de junho, recebemos Adrián Rincón, o primeiro maestro cego da Escola Superior de Música da Catalunha. Já no dia 26, contamos a presença do bailarino marroquino Said Gharbi, que reside e trabalha em Bruxelas há vários anos.

Este projeto, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação La Caixa no âmbito do Programa Partis & Art for Change, conjuga, durante três anos, a prática teatral com pessoas cegas e de baixa visão e a criação de três espetáculos originais. A MEU VER juntou O Teatrão e a ACAPO Coimbra neste projeto que, a partir da criação de um núcleo de trabalho dedicado à prática teatral, procurou interferir nas diferentes dimensões das vidas dos seus utentes, tirando partido da complexa e multifacetada relação que a prática cultural pode ter com as transformações do ser humano. Questões associadas à independência e subsistência, à liberdade e aos direitos, identidade e participação cívica foram o subsolo, tapetado pela prática lúdica do teatro, adaptado à condição de quem absorve o mundo com outras “visões”. Ao juntar o Projeto Pedagógico do Teatrão aos profissionais da ACAPO Coimbra, criou-se uma oficina regular de teatro – SALA DE ENSAIOS, que se desenvolveu com uma equipa artística profissional e multidisciplinar, de onde resultou a produção desta primeira criação –  O que é invisível  – com estreia e temporada na Oficina Municipal do Teatro. A par das parcerias nacionais e internacionais, da criação de conhecimento científico, da dimensão de trabalho com as redes sociais e familiares dos participantes, e da formação e intervenção ao nível da acessibilidade cultural na cidade, este é um projeto que pretende tocar em vários campos da Acessibilidade, contribuindo assim para a crescente inclusão cultural.

Espetáculo 2022

O QUE É INVISÍVEL

Sinopse

Ao longo do último ano, os espaços da OMT foram tomados pelo grupo do projeto A Meu Ver. Fizeram deles lugar de chegada e de partida, abrindo espaço para a reconciliação com o sonho e para a recuperação de uma capacidade talvez esquecida, a de imaginar. Com o que a vida dá e o que o teatro acrescenta, construíram-se narrativas que serão partilhadas numa visita/percurso, sem nunca assumir um compromisso formal com a realidade, mas assumindo-se como um ato de libertação e sobrevivência, que como um fôlego, acontece no momento invisível entre o inspirar da imaginação e o expirar da realidade. — Mariana Nunes e Telmo Ferreira

Ficha Técnica e Artística
Comunicação Social

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