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Teatrão

© 2025 Teatrão – Companhia de Teatro, Coimbra

20.06.25

Inscrições abertas para as Classes de Teatro

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Almalaguês

“Almalaguês” é um espetáculo-caminhada com a comunidade e é a nova criação do Teatrão com direção de Aldara Bizarro.

Sinopse
Almalaguês é, para muitos, terra de tradição – um lugar onde se entrelaçam tecedeiras, gaiteiros, artesanato e até arroz doce; é também terra de gente que sabe acolher e que traz no corpo estórias para contar. Longe de estar fora do seu tempo, Almalaguês quase poderia ser um ensaio sobre o futuro, sobre para onde queremos ir, como nos queremos relacionar, assentar e comprometer.
Em “Almalaguês”, um grupo de habitantes convida o público a acompanhá-lo em romaria pela sua freguesia. Ao compasso das gaitas de foles, atravessamos o tempo e as memórias dos nossos anfitriões, que nos desafiam a repensar a forma como interagimos e compreendemos o espaço que nos envolve. Ao longo deste caminho – que é físico mas também simbólico – as paisagens transformam-se, as palavras ganham corpo, movimento e aquilo que julgávamos saber abre espaço para novas possibilidades.

Programa paralelo

A propósito do projeto de intervenção e da criação com a comunidade “Almalaguês”, o Teatrão concebeu um programa de mediação que inclui uma oficina, uma conversa-jantar e caminhadas para podermos aprofundar e alargar a discussão que o espetáculo levanta. A participação é gratuita em todas, mas a inscrição é obrigatória. Formulários disponíveis nos links:

Conversa/Jantar – tinyurl.com/ConversaAlmalagues
Oficina de Gaita de Foles – tinyurl.com/GdFAlmalagues
Percurso para inventar o futuro: Descida à Mata Senhora da Alegria – tinyurl.com/CaminhadaAlmalagues

Consulte todo programa paralelo em detalhe aqui.

“Almalaguês, caminhada de imaginação em comunidade”

Almalaguês é conhecida pela aldeia das tecedeiras onde se faz a tecelagem que tem o mesmo nome da aldeia, tecelagem de Almalaguês. É uma freguesia de Coimbra que fica a 15 minutos da cidade, que ainda tem muitos vestígios da arquitectura original, casas de pedra, com uma pequena escada lateral, um espaço em baixo, e muita vegetação à volta. Está-se no campo embora se esteja tão perto de uma grande cidade.

Na minha primeira visita a Almalaguês fiquei pasmada com o contraste que a aldeia faz com a cidade de Coimbra, devido à sua enorme proximidade, e fiquei também fascinada com a quantidade de associações que ali têm sede e desenvolvem o seu trabalho, criando actividades diversas, quer em Almalaguês quer nos 34 lugares que fazem parte da freguesia.

O meu primeiro interesse foi conhecer as tecedeiras e os gaiteiros, o que conhecia de longe e com quem tinha planeado trabalhar, mas surpreendi-me como a existência dos ranchos, dos pequenos museus das diferentes associações, dos escoteiros, da paróquia, dos cavaquinhos, da Milvoz, uma associação ambiental que adquire terrenos para os reflorestar, e pelo carinho que as pessoas têm em relação aquele lugar.

Parecia que tinha entrado num universo paralelo, num mundo mágico com pessoas muito curiosas, interessadas em participar e muito orgulhosas da sua freguesia, dos lugares onde moram e das actividades que fazem a partir das associações a que pertencem.

Tornou-se claro que era preciso criar uma obra una que mostrasse esta riqueza, a coesão das pessoas, o seu conhecimento, a sua relação com a natureza e o seu território, e também alertar para o futuro deste lugar único. Procurar compreender aquele território, perceber qual a relação que tem com a cidade tendo em conta a sua proximidade, como vivem agora, como viviam no passado, e o que desejam o futuro. Como se preparam para fazer face à voracidade dos tempos, da máquina da economia, das alterações climáticas, como se preparam para a sua mudança. Em suma, imaginamos juntos o futuro daquele lugar.

Aldara Bizarro
(A autora escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico)

O projeto

A segunda colaboração com coreógrafa Aldara Bizarro – que dirigiu para o Teatrão, em 2023, o espetáculo TIME – realiza-se em terras de Almalaguês, freguesia do concelho de Coimbra, onde dirige uma nova criação que parte do encontro entre o património cultural desta freguesia, mais tradicional ou contemporâneo, com a linguagem da dança. Em janeiro de 2025, arrancamos um processo de mapeamento cultural em parceria com a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), aprofundando as relações já criadas com o tecido associativo local e mobilizando a comunidade para fazer parte do espetáculo e restante programação paralela.