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A Estação Regional Aluvião deste ano reúne na programação da Oficina Municipal do Teatro grupos de teatro amador e etnografia dos concelhos de Alvaiázere, Cantanhede, Coimbra, Lousã e Mealhada. Incentivar a prática teatral junto do movimento associativo regional, criando em paralelo um programa formativo ao longo do ano, é o grande objetivo deste projeto.
Programa completo disponível aqui
👉 Bilhetes e pack disponíveis para compra na OMT, postos Ticketline ou através de tinyurl.com/Aluviao2025
5€ (por espetáculo) / 9€ (pack 3 espetáculos)
31 de maio a 8 de junho
Oficina Municipal do Teatro
info@oteatrao.com
239 714 013 (rede fixa nacional)
912 511 302 (rede móvel nacional)
31 de maio, 21h30
“Contenção dos Inconsonantes” é um texto dramático sobre a solidão, a exclusão e a extorsão ao direito a sentir e a pensar. Numa sociedade cada vez mais domada por sistemas normalizadores e padronizadores de massas, que não tem espaço nem lugar para ouvir a dor do outro e, sobretudo, que necessita silenciá-lo para exercer o seu poder, encontramos um grupo de gente que sofre os seus próprios dramas, reféns inconscientes da exclusão e autoexclusão, da discriminação e da autoincriminação a que se submetem, alheios a uma máquina social desenfreada e desapiedada. A supressão de oxigénio, por parte dos Técnicos Assistenciais de Contenção, representa a dominação social através do obliterar progressivo e melífluo das faculdades de exorcizar o sofrimento, da necessidade de relacionar-se ou do direito à proteção pública e humanizada. O Filósofo é a figura – último reduto – que no processo de desumanização, plasmado numa coletividade de seres em progressiva desumanização, ainda tem ar (O2) para respirar e pensar, agir e acionar energia combativa nos seus semelhantes.
1 de junho, 19h00
Em palco olhamos para a história da identidade do país, dando voz a Abril a partir do instantâneo de um povo revisitado 50 anos depois da Revolução. A emigração, a família, a dor da traição e a subversão de ideais, são algumas das temáticas apresentadas nesta compilação. A encenação irregular e sarcástica acrescenta um denominador comum – a importância da memória. Que este espetáculo possa contribuir para impedirmos o esquecimento dos ideais de Abril, a raiz da nossa liberdade no momento presente.
As obras
“Sem raízes” apresenta personagens com os seus problemas familiares, de envolvimento, de luta, tal como nos fala Carlos Coutinho, em “O Telefonema”. Problemas familiares que se repetem numa outra dimensão, na peça de Virgílio Martinho “Mulher, aqui estou como um cão perdido”, que aborda a emigração forçada de milhares de portugueses à procura de melhores condições de vida, longe da família. Por último, através da ironia de algum modo premonitória, na peça “O Congresso dos Pides”, de Hélder Costa, assistimos ao desejo de tentar subverter a ordem constitucional saída do 25 de Abril, com discursos que defendem um mundo onde o medo, a aniquilação das liberdades e a negação dos direitos fundamentais voltem a ser uma realidade.
5 de junho, 21h30
“Quero-vos como a comida quer o sal”, assim definiu a princesa o seu amor pelo pai, numa história da tradição popular. É essa história que aqui se conta, adaptada ao teatro. Uma história onde se fala de amor, de ingratidão, e do que acontece a um rei quando a coroa lhe cai da cabeça.
6 de junho, 21h30
“C’est la Vie” é uma peça que nos leva a uma viagem emocionante através das quatro estações da vida, explorando as memórias que nos definem. Com uma narradora carismática, a obra combina nostalgia e ironia, apresentando sketches vibrantes que retratam a infância, a adolescência, a vida adulta e a velhice. Cada ato oferece uma visão única de momentos marcantes, onde risos e lágrimas se entrelaçam, permitindo que o público se identifique com os altos e baixos da trajetória da narradora. Desde os jogos despreocupados da infância até os dilemas da maturidade, a peça celebra as experiências que moldam quem somos. Prepare-se para rir, emocionar-se e envolver-se nas memórias que ecoam nas nossas vidas.
7 de junho, 21h30
Este espetáculo de teatro é constituído por seis peças curtas, sem aparente ligação entre si, mas todas elas, umas mais outras menos, inspiradas no chamado teatro do absurdo. E será esse absurdo que, afinal, as liga. O absurdo das situações e da linguagem em que se baseiam e que só reflete e sublinha o absurdo cada vez mais absurdo do nosso quotidiano, quando são diariamente postos em causa os valores, os sentidos e os objetivos da existência humana e quando parece ser cada vez mais difícil distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal. E perante tantas desgraças diárias, o que nos restará fazer? Esperar sentados que elas passem, enquanto forçamos um sorriso, a disfarçar o choro? Ou, talvez, levantarmo-nos e, teimosamente, insistir em plantar uma árvore no centro da nossa aldeia.
8 de junho, 19h00
O espetáculo “Vamos Ouvir o Cancioneiro”, resulta do lançamento de edição de autor “De onde vens… para onde vais – Cancioneiro tradicional” e transporta-nos ao passado, à casa dos avós, ao acalento da mãe, aos jogos do terreiro e da escola, aos serões das mulheres, ao trabalho no campo, às lides domésticas, ao namoro, ao cuidar dos filhos, na ida à igreja, ao pedido de proteção ao Divino, entre tantas e tantas outras imagens que nos fazem voltar lá atrás às vivências de outrora. É também uma iniciativa individual, que pretende assumir homenagem coletiva a todos quantos permitiram que chegassem aos nossos dias um conjunto de saberes que fazem parte da nossa memória. Por outro lado, tem implícito um apelo às atuais gerações, para que saibam manter e transmitir às gerações seguintes, ou vindouros, um conjunto de seculares tradições vindas dos seus avoengos.
A Maria da Paz e o José Silva são alguns informadores ainda vivos dessas histórias e as figuras onde tudo começa, no seio da sua casa. O menino João aparece vagueando pela aldeia, acompanhado do seu gravador com a forte vontade de pesquisar, recolher, registar a história do seu lugar e das suas gentes. Entra em casa da Maria da Paz e do José Silva e iniciam em conjunto a viagem no tempo e no espaço… Entre conversas, histórias e estórias, entre petisco e uma pinga vão recordando e registando os tempos de outrora. E dizem eles: “Esta é a nossa história! De onde vens…Para onde vais, é como a vida do carreiro, há o ir e há o vir….!”
Desenrolam-se vários quadros: O Carreiro, o porto do rio, a feira, a escola, a fonte, Coimbra ancestral, Quinta do Paço e os Casais de Eiras, o Imperador e a festa do Espírito Santo, o empréstimo da imagem do Senhor dos Passos, o regresso das Fogueiras de São João, as festas da Rainha Santa. As rezas, as lendas, o canto, a música, as crenças, as famílias, a agricultura, as raízes, as histórias, o religioso e o profano foram a base de trabalho para a construção do guião deste espetáculo.
E sim: vamos ouvir o cancioneiro!