Neste segundo ano de formação, desafiámo-nos a olhar para o mundo que nos rodeia e a exercitar o nosso olhar sobre os factos. Confrontados com notícias, documentários e discussões que fomos tendo, forçámo-nos a procurar the BIG PICTURE e a não nos ficarmos pelas impressões, pelas subjetividades, pelos “achismos”. Da mistura de estímulos que guiaram o trabalho, chegámos ao termo “carnificina” por espelhar a maioria das relações que desenvolvemos hoje com os nossos pares, connosco próprios, com as instituições, com o Estado, com a Democracia. Munimo-nos da ficção para falar dos sonhos, ambições, medos e frustrações de uma sociedade que muitas vezes se sente como um animal que não tem escolha além do abate – um amontado de carne, sangue e ossos ao serviço do(s) mercado(s). Mas, ainda assim, se a nossa ferramenta é o teatro e, por consequência, o pensamento, talvez ainda exista alguma esperança. Isto porque quando pensa, quando imagina, quando fantasia, o indivíduo é livre, dificilmente lhe parecerá verdadeiro aquilo que não é e não haverá amarras capazes de nos deter.