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Teatrão

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29.11.24

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Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio [ante-estreia]

Um olhar sobre a dança como manifestação de insubmissão e revolução dionisíaca contra as ortodoxias dominantes. “Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio” parte das obras de autores como Eduardo Lourenço, Natália Correia, Fernando Pessoa e seus Heterónimos, Nietzsche, Nonnus (autor da epopeia “Dionisíaca”), entre outros, para evocar a urgência da subversão na arte e na política em movimento. A ante-estreia acontecer no dia do cinquentenário da Revolução dos Cravos é assumidamente uma provocação que pretende levar-nos a pensar outras formas de nos relacionarmos uns com os outros e enquanto sociedade.

 

O ESPETÁCULO, por Hugo Calhim Cristóvão e Joana von Mayer Trindade
A criação de dança, Suores De Mel e a Morte Não Terá Domínio, ocorre cinquenta anos após o momento revolucionário do 25 de Abril e trata a Dança como insubmissão e revolução dionisíaca de Heterodoxia. Em articulação com Heterodoxias de Eduardo Lourenço, a Heteronímia de Pessoa, Mitologias de Eudoro de Souza, a poesia sensual de Natália Correia, de Luiza Neto Jorge, o novo dionísiaco de A. O. Spare, a pesquisa de K.Kerenyi, o Symposium de Platão, o recuperar de Diotima de A.Silva, a epopeia Dionisiacas de Nonus, censurada nos cânones construídos e reconhecidos do épico, e a Filosofia/Dança de Nietzsche, que se mantém da criação anterior. Inicialmente, era de mel a embriaguez dionisíaca de insubmissão, de cavernas onde se dizia que as abelhas suavam mel. Como os humanos quando o calor lhes torna a pele rubra e a “mania” os assola para longe da pulsão coletiva para o conforme, manifestando-se como dança de urgência no amplexo, dança urgente de dionisíaca entidade sexualizada e multiforme, em constante mutabilidade nas entranhas, revolta das árvores e da floresta em silêncio, transgressão de identidades convictas, transgressão de terceiros excluídos. Dança de irresolúvel dialéctica, saturnália em resolução sempre por ser, dança ininterrupta de loucos, dança de inversão de uma socialização restrita em códigos e papéis, ordenações e progressões. Dança das pulsões que eclodem no mover-se da insubmissão e esporeiam a criação para um caminho de heteronomia, na dança insane e fervida, um arder dionisiaco, obsessão e revolução. Presentes insubmissos da arte em movimento e da política em movimento, porque “os deuses não nos querem de joelhos, para que saibamos ser no silêncio que a seguir se sonha e se pisa “hóspedes da santidade que não se manifesta”. Para que a lição das revoluções não seja a de que nada se aprende com as revoluções porque nada na insurgência é já do presente e tudo no presente mete medo sem meter no medo o assombro. Sem convocar inscrita em dança a “carne que enfeitiça o além”.

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