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CASA ABERTA é um novo programa de formação do Teatrão em parceria com o Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa e com curadoria de Maria João Brilhante. De dois em dois meses, durante um fim-de-semana, receberemos uma dupla de profissionais que partilharão processos de trabalho num modelo teórico/prático. Dirigido a profissionais e estudantes de Artes Performativas que queiram experimentar e refletir sobre diferentes processos de criação artística.
15 set – 23 set
reservas@oteatrao.com
ou
912511302
13 e 14 de outubro de 2018 As portas abrem-se em outubro com Vera Mantero e Ana Pais: “Como usar a voz, a escrita, a respiração e a associação livre para chegar aos movimentos, acções, estruturas e desejos de composição que se encontram neste momento em nós? Como explorar alguns deles separadamente de forma a incorporá-los mais tarde em processos de improvisação mais longos ou complexos, ou mesmo em processos de composição? Como transmitir as nossas questões, os nossos métodos de composição, as nossas urgências, os nossos modos de questionar o mundo de modo a que façam sentido para outros? Neste workshop, gostaríamos de partilhar e discutir em conjunto com o grupo modos de fazer e de pensar sobre composição coregráfica e transmissão de saberes. Ironia e mãos vazias levar-nos-ão mais longe ainda.”
13 e 14 de outubro de 2018 Nesta segunda masterclass focamo-nos sobre a relação do ator com os textos. Análise, preparação e apropriação dos textos são questões fundamentais para António Fonseca que desafiámos para partilhar com este grupo. Maria João Brilhante embarca com ele numa exploração que se apoia na importância e no prazer das palavras: “Não sou um autor, sou um intérprete e como tal só posso reinventar as histórias que já foram inventadas e presentificá-las, aqui e agora, reescrevê-las. Reescrevê-las para mim é sempre inscrevê-las no corpo e na fala, mudando-lhes o código: da escrita para a oralidade, que sendo o meio mais antigo da ficção, é aquele que parece perdido e que faz um esforço por renascer em alguns contadores, excelentes, em que frequentemente tropeço.”
António Fonseca in Jornal Tornado, 2016
23 e 24 de fevereiro de 2019
O que fazer com os clássicos? Eis uma pergunta que não nos dá tréguas. Muitas respostas têm sido dadas, por escrito ou nas tábuas do palco: deixá-los em paz; dar-lhes a volta; fazê-los como se fossem contemporâneos: viajar com eles ao passado… Mas a discussão continua viva. Convidámos Nuno Carinhas para vir mostrar como se abeira dos clássicos e o que procura neles para seu e nosso prazer. E com ele estará o José Pedro Sousa que estuda os clássicos e gosta de os ver postos em cena.
4 e 5 de maio de 2019
Pelo texto? Por uma ideia? Pelas figuras? Imaginando sons? Como vão surgindo os diversos elementos plásticos e verbais no processo criativo? Ricardo Neves-Neves que gosta de jogos de palavras, de imagens perturbadoras e de muito ritmo virá mostrar como começa e continua cada trabalho, talvez desvendando a sua próxima criação. Maria João Brilhante estará espiando esta aventura. Venham experimentar.
Fotografia de Nuno Ferreira Santos (Jornal Público)
26 e 27 de outubro de 2019
Fazer produção, ser produtor: uma prática/profissão invisível? Como se prepara um espectáculo? Um projecto individual, amador, de uma companhia profissional, numa estrutura institucional … há que fazer algumas coisas para que o espectáculo aconteça. Conhecemos algumas: preparar um orçamento, arranjar financiamento, encontrar espaços adequados à ideia de espectáculo, prever digressões e tanto mais. Disso se falará e também de questões menos práticas e utilitárias. Criar e produzir são inseparáveis? Que esperar da produção e até que ponto ela determina a qualidade do espectáculo e potencia a ideia do encenador? Qual a relevância da produção na vida de uma companhia ou de um teatro? Mónica Almeida, que passou pelo Teatro Taborda, pelo Teatro Meridional, pelo Maria Matos, pelo TNDM II e pelo Trindade, e Maria João Brilhante, que co-organizou um debate e um livro sobre este assunto, vêm falar das suas experiências e também do que tem mudado na prática de produzir espectáculos em Portugal, tendo em conta as diferentes condições existentes e a diversidade das práticas artísticas.
com Maria João Brilhante e Miguel Abreu
24 e 25 de outubro 2020 Público ou públicos? A questão vem de longe como veremos. Que fazer com ele(s)? Seduzi-los? Ignorá-los? Houve até quem, nos idos de 60 falasse de não-público. Podem artistas, programadore/as, director/as de estruturas de criação não pensar em quem decide frequentar salas de espetáculo e museus e colocar-se perante criações artísticas para se divertir, descobrir ou aborrecer? Pensemos no que fazer com todos eles (ou com alguns apenas…). Que equívocos ou felizes encontros nascem desse tempo partilhado? Na próxima sessão da Casa Aberta, Miguel Abreu e Maria João Brilhante trazem pontos de vista controversos, experiências comprovadas e algumas intuições para discutir. E convidam cada participante a colocar-se no lugar do(s) público(s) para lançar mais achas para a fogueira deste debate tão político quanto cultural.
com Fernando Ribeiro e Maria João Brilhante 12 e 13 de dezembro 2020
Uma definição minimal de teatro diz que o teatro acontece quando alguém atravessa um espaço e é olhado por outros ao fazê-lo. No entanto, a história do teatro guardou as palavras, as falas, os enredos e apresentou os espaços cénicos e a sua transformação como algo ao serviço do texto; que existe para materializar os lugares onde as ações acontecem, referidos ao mundo conhecido ou imaginável. Não são obra do poeta, dizia Aristóteles, mas do decorador. E fez-se uma longa viagem da “skene” (gr.) ou tenda onde o(s) actor(es) se mudava(m) até à composição (grafé, gr.) cada vez mais complexa do espaço onde se desenrola a acção. Mas se virmos bem, uma simples cadeira colocada em cena transporta uma ideia, cria o espaço e faz o teatro acontecer. Queremos ouvir e ver o que Fernando Ribeiro tem para nos dizer acerca desse gesto que puxa traços (digitais?) a partir de uma ideia para criar temporariamente um mundo em cena. E talvez ele nos peça para representarmos com uns traços as nossas ficções…